Pteridófitas
São
as plantas vasculares sem sementes. Atualmente, costuma-se
dividir essas plantas costumam em 4 filos: Psilophyta,
Lycophyta, Sphenophyta e Pterophyta (o filo
das samambaias).
As
pteridófitas possuem arquegônios contendo a oosfera. Os
gametas masculinos são
anterozóides multiflagelados. Em
condições adequadas, as paredes do anterídio se rompem,
liberando os anterozóides que nadam até o arquegônio,
que ali penetram por um canal, atingindo a oosfera (este
processo também ocorre nas briófitas). O
zigoto germina sobre a planta-mãe, dando origem ao
esporófito dominante, que possui esporos em esporângios; esses esporos,
ao germinarem, darão origem a uma nova planta-mãe.
O
filo Psilophyta é representado no Brasil pelo gênero
Psylotum, uma planta herbácea
com ramificação dicotômica (Y), desprovida de raízes
(em seu lugar existe um rizoma, com
micorrizas associadas)
e folhas, porém apresentam vascularização. Em muito se
assemelham ao gênero Rhynia, um gênero que existiu no
período Devoniano. Na planta adulta, os eixos produzem
esporângios trilobados em ramos laterais muito curtos;
o gênero Psilotum é homosporado; após a germinação,
os esporos originam o gametófito, que é uma estrutura
aclorofilada (portanto saprófita) subterrânea, com associação
de micorrizas. Os anterozóides de Psilotum
necessitam de água para nadar até a oosfera; o esporófito
originado sexualmente fica, inicialmente, preso ao gametófito,
absorvendo seus nutrientes, mas depois solta-se do pé,
que permanece no gametófito.
O
filo Licophyta também possue seus precursores no
Devoniano e é representada pelos
licopódios
(plantas
homosporadas) e
selaginelas
(heterosporadas). Os esporófitos da maioria dos gêneros
de Lycopodiaceae são constituídos por um rizoma (caule
subterâneo horizontal) ramificado
que emite ramos aéreos e raízes. Os esporofilos (folhas
portando esporângios) localizam-se em ramos modificados,
com entrenós muito curtos, os estróbilos. Embora sejam
plantas herbáceas, seus ancestrais fósseis atingiam dimensões
arbóreas. Após a germinação, os esporos de Lycopodiaceae
originam gametófitos bissexuados, que podem ser estruturas
verdes,
irregularmente lobadas (ex.: Lycopodiella)
ou estruturas micorrízicas subterrâneas (ex.: Lycopodium).
Até que os arquegônios e anterídios de um Lycopodiaceae
se desenvolvam completamente, pode ocorrer um período
de cerca de 15 anos. Existe a necessidade de água para
a fecundação, pois o anterozóide nada até o arquegônio;
o embrião formado cresce no interior do arquegônio, originando
o esporófito, que permanece por um tempo preso ao gametófito
e depois se torna independente.
O filo Sphenophyta é representado atualmente pelo
gênero Equisetum
(cavalinha). Seu hábito é
verticilado (as diminutas folhas
distribuem-se verticiladamente na região do nó). Os entrenós
são estriados e apresentam sílica nas células epidérmicas.
Os caules surgem de sistemas subterrâneos que permanecem
vivos durante as estações desfavoráveis, quando a parte
aérea morre. A atividade fotossintetizante das folhas
é desprezível; a maior parte da fotossíntese é efetuada
pelo caule estriado, como em Psilotum. As raízes nascem
de rizomas subterrâneos profundos. Os esporângios são
localizados em estróbilos, localizados em ramos estrobilíferos
aclorofilados (E.
arvense)
ou nas extremidades de ramos vegetativos (E. hyemale).
Os apêndices que transportam os esporângios são conhecidos
como esporangióforos, e não esporófilos, uma vez que não
são estruturas foliares; os Equisetum são homosporados.
Quando os esporos estão maduros os esporângios contraem-se
e rompem-se ao longo de sua superfície interna, liberando
os esporos. As paredes desses esporos possuem elatérios,
faixas espessadas que se espiralam quando úmidas e desenrolam
quando secas, auxiliando na dispersão dos esporos. As
Sphenophyta fósseis remontam do Pensilvanio.
O
filo Pterophyta é o mais conhecido e compreende
os vegetais vasculares com folhas e raízes verdadeiras
(samambaias). As folhas podem ser simples ou ter sua lâmina
dividida em folíolos. Na maioria dos grupos, a face inferior
das folhas cresce mais que a superior (vernação circinada),
resultando em seu enrolamento (báculo). As samambaias
podem ser classificadas como eusporangiadas ou leptosporangiadas.
Nas primeiras, é produzido um eusporângio, a partir de
muitas células iniciais localizadas na superfície do tecido
a partir do qual o esporângio será produzido; nas samambaias
leptosporangiadas, o esporângio é produzido a partir de
uma única célula inicial. Os esporângios encontram-se
reunidos em soros, esporocarpos, espigas ou sinângios.
Nos grupos nos quais os esporângios encontram-se reunidos
em soros, ocorre uma estrutura diferenciada, o anel ou
ânulo que, através de movimentos higroscópicos (advindos
da dessecação), é responsável pelo rompimento do estômio
(camada de células com menor resistência), liberando os
esporos, que irão germinar, formando um novo gametófifo
(protalo). A maioria das samambaias atuais é homosporada,
com exceção dos representantes de duas ordens aquáticas.
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